sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

narrativa da aventura surreal daquela amiga



narrativa da aventura surreal daquela amiga

sexta-feira, atravessou ruas do bairro na calada da noite carregando sua própria bebida rumo ao bar que frequentava, onde esvaziou sozinha a garrafa de vinho chileno, acompanhada de azeitonas e torresmos e mais duas doses da sua cachaça de alambique preferida, curtida na umburama, entre galanteios de um bonito jovem adúltero e de um velho baixinho assanhado que, cumprindo as ordens do proprietário do estabelecimento, a levou para casa, não sem confessar no caminho seus ciúmes, mesmo sem nenhuma esperança de qualquer aproximação entre eles, o que a fez manifestar seu costumeiro desdém disfarçado de compaixão, da qual ela nem se lembraria logo ao deitar-se, pois precisava desconcentrar-se do desejo avassalador por uma convocatória via torpedo, não conseguido graças ao consumo total dos bônus da operadora de celular com seu amigo carente até o dia clarear, quando percebeu o som do despertador confundindo-se com os motores dos carros na rua, a cidade acordando, a boca amarga, a tontura ao fechar os olhos sob o chuveiro e a ligação telefônica daquela que seria a prova de sua ainda inconsciente superação de limite: o dono do bar perguntando se havia chegado bem.

desligou o telefone e pediu que a acordassem somente na segunda-feira às 7h18.

BGN, 20/01/2012 (editado em 23/01/18)

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