domingo, 22 de maio de 2011

foi deste texto que surgiu o poema! não sei a data...

MENSTRUAL

"Tinha tudo para dar errado na vida: negra, lésbica e pobre. Mas estou aqui" (Francisca Fran, linda, durante o Show Autoria, no Photozofia, em São Francisco Xavier)

Eu ainda não cheguei a lugar nenhum. Nem sei aonde quero chegar. Sou teimosa, exigente, chata mesmo. Minha vida é toda planejadinha. "Calma, vou ver na minha agenda se posso". Arre!
Sou mulher de um homem só. Um de cada vez. Intensamente. Odeio todos os afazeres domésticos, mas adoraria morar numa casa com garagem para poder eu mesma lavar meu carro.
Se já tirei proveito de alguma situação, não me orgulho disso. E sei que isso incomoda.
Adoro comer raiz-forte até escorrer o nariz. Uma das poucas sensações hilariantes que me permito.
Uma das poucas maldades que já fiz foi quando vi o livro "O que toda mulher inteligente deveria saber". Só sei que não queria lê-lo. Presenteei uma amiga burra. Ela adorou.
Gosto de ler Ivana Arruda Leite em "Ao homem que não me quis".
Nos poemas que declamo, exponho minhas dores, detalho meus amores. Meus amigos gostam. A depressão também, mas se esconde.
Tenho vergonha das vezes em que fui demitida. E da vez em que demiti.
Uma noite por mês, desligo o celular.
Não preciso mais falar.
Não quero escutar mais ninguém.
E nos seus braços, amanheço a mesma mulher.


 
A mesma, porque não mais nem menos feliz, pois não há de se contar a felicidade.
Não mais nem menos satisfeita, porque a satisfação é de estar viva para poder desfrutar deste momento.
Não mais nem menos bela, porque é a sua beleza que me guia.

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